em branco

aumenta que são paulo é rock'n'roll

Na Lapa o túmulo da minha família
Na Freguesia, da tua
Na Cachoeirinha, ossadas clandestinas
Vítimas da ditadura.

Na Consolação, a burguesia
Na Vila Formosa, mucamas, carpinteiros, diaristas
No Chora Menino, a poesia.

Túmulo, túmulo, túmulo do samba
Da banda de pífanos, do frevo, da ciranda
Do coco, do maracatu, do baião.
São Paulo não tem jeito
São Paulo não tem ritmo
São Paulo ninguém ama
São Paulo não tem palmeiras nem sabiá
São Paulo ninguém canta
Ninguém tem saudade
Ninguém abandona,
Pasárgada dos desgraçados
Dos esquecidos, da solidão.

São Paulo parece mentira
É tudo verdade,
Buzinas na marginal
Tiros na madrugada
Sintonia do caos
Sinfonia mal acabada
Mal amada
Desafinada
Peito sem coração.

São Paulo que não para
Fermenta, aumenta, aumenta
Aumenta que São Paulo é rock'n'roll!

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