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CARDÍACOTIDIANO (DIAGNÓSTICO PAULISTANO)

 
 
São Paulo é o corAção do Brasil
É o trabaLho,
O oficio dos ossos
Sem parar
Bilhete único
É coletivo
SinGular
São PaUlo é de pirar
O caos ótico de seus vergalhões
Caótico de suas direções ->
Metros e metros de metrô
Pneus, pinel, arranha céus
ColunA - bate estaca
Coluna - bate estaca
Vidas sobre vigas
Idas e vindas
Só se ver COrreria
Veja a cor, e rIa!
É plural
É de pular
São Paulo é o coração do Brasil
RuAs e viadutos
Adultos e velhos
Madalenas, Marianas, Augustas ao gosto
Cardápios, larápios
TrOmbadinhas, tromba d’águas
Vielas, vias e veias
Assaltos, asfaltos, coNcretos
É surreal, é marginal
Da periferia periferida
Aos edifícios da Paulista
São Paulo é pizza
A massa passa e vem e vai e ferve...
São Paulo é o coração do Brasil
ATEmporal garôa, é de boa!
É nóis! é voz... são eles
É rifle, é grife, é grave
É tarja preta, é trêta!
Perfeita, Com vários defeitos
Prefeitos, verEadores e dores
São Paulo é cinza, em cores
Tudo é caro, tudo é barato
Prato feito, prato farto
São Paulo meu coração
São Paulo meu infarto!
 
 
 
Caranguejunior

Seu Raimundo



Na Papoetaria deste sábado, André Dia(s/z)? nos apresentou a história de "Seu Raimundo" ou Raimundo Arruda Sobrinho, ou simplesmente "Condicionado", um poeta que viveu por 20 anos nas ruas de São Paulo, mais especificamente no canteiro central da Av. Pedroso de Morais, no bairro de Pinheiros. Mas que graças ao esforço da publicitária Shalla Monteiro foi encaminhado para tratamento médico e psicológico e hoje vive com sua família em Goiás.
Para ler a história completa de Raimundo, clique "aqui"
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CURA
André Dia(s/z)?

O poeta está condicionado
a se sentir um eterno deslocado,
Sua alma é uma ave selvagem
agitando-se na gaiola
que é seu corpo, sua vida,
o mundo que o cerca.
Então voa nos versos,
Cada letra de poema
é uma pena na plumagem colorida
de sua fuga de um mundo cinza,
E o que este mundo vê como loucura
o poeta vê como antídoto:
Para esta doença que é o mundo,
A poesia nada mais é que a cura.


SEM LIMITES
Marcelo Tadeu

Por trás de tudo
Da minha loucura
Do meu estado mental
Quem dera
Existe um poeta
E transforma em versos
No momento
Todo meu sofrimento
E as palavras não têm limite
A poesia não tem limite
Minha loucura não tem limite
Mesmo após a morte
Tudo estará no papel





Caranguejúnior

O nome dele é Raimundo
Morador das ruas do mundo
Vive sob um teto de estrelas
Dorme num colchão de papelão
Onde se mantém atualizado
Lendo as notícias de seu cobertor
Dor...
É invisível aos olhos
Da humana humanidade
Dizem que é louco
Um perdido na vida,
Na verdade é apenas
Mais um Filho da Pátria
Um poeta
Ou um ser
De outro poema.



RAIMUNDO
Paulo D'Auria

No CAPS cabe um apê pra ele?
- no CAPS você vai saber dele,
  mas ele vai saber de você?
  Vai saber dele mesmo?

Raimundo a esmo no mundo
na brasa da praça
na rua do centro
da lua
é louco da silva
mas é artista
e voa

Raimundo não tem casa
mas eu lhe pergunto:
No CAPS tem asa?

Ele se chama Raimundo
procura, procura cura
procura rimas
e não encontra
solução