em branco

Cacos



Carrego cacos de mim
pelas andanças sem esperança
por dentro do centro do universo sem fim.

Meus olhos cansados de tanto ver
ídolos com pés de barro
e corações de paralelepípedo
descansam na palma de minhas mãos.

Me recusando olhar
fecho os punhos
e o que vejo é escuridão

E na escuridão
moldo formas luminosas,
estrelas no meu céu interior.

E por elas, me guio
em meio ao cataclisma de meu coração,
que inunda com sangue imundo
a imundície toda que o cerca.

Pois pensamos sempre
que nosso sangue é melhor,

E sorrimos, iludidos,
lavando a diarréia derramada
com a mais fétida ainda, mijada atrás do muro.

Por que o peido alheio
é e sempre será mais fedido que o nosso.

O meu, por exemplo,
cheira à buquê de rosas.

E o seu?

Humano



Eu sou dois
Eu sou o musgo
E sou a arvore
Sou o parasita
e o hospedeiro
Eu sou a luz
e a escuridão,
Eu sou deus
e o diabo,
O siga em frente
e a contramão,
Sou a broxada
e a ereção,
Sou a carícia
e a agressão,
Seu inimigo
e seu irmão,
Eu sou dois,
Eu sou humano...
A luz do sol
e a merda do chão.


14 de setembro tem POESIA NA FAIXA!!!


Nos encontraremos às 10:00H da manhã nas escadarias do Teatro Municipal e às 10:30H sairemos para declamar e distribuir poesia nas faixas de pedestre da região.

JUNTE-SE A NÓS
TRAGA SEU POEMA
SOLTE SUA VOZ!!!