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Maria Antonia

Sábado, 09/02/13, nossa Papoetaria aconteceu no histórico edifício da USP da Rua Maria Antonia. Lá visitamos as exposições "Ensaio sobre o liso e o estriado" de Hector Zamora, "Primeiras estórias" de Gilvan Samico, "Coisa superfície" de Paulo Monteiro, e "Zona detenção" de Eduardo Verderame.

Zona Detenção

Coisa Superfície

Primeiras Estórias


Ensaio Sobre o Liso e o Estriado

Ensaio Sobre o Liso e o Estriado


Balança, Mamãe
Carolina Hermanas

Balança mamãe,
Balança,
Henrique diz numa voz enjoada
De gente rica.
Balançar o quê?
A sua mamadeira
Ou o dinheiro guardado
Na sua poupança?
Vida balançada,
Trapaceada por nojentos
Carnívoros degustadores de grama verde,
Cheio de valores reais ou seriam Carnavais?
Então, não seria um valor real. Talvez desleal.
No meio do fogo,
As crianças ressurgem
Como cinzas
E balançam seus sonhos, ou seriam esperanças?
"Balança mamãe"
Um deles fala e a voz some no fogo,
Da mesma forma que aparece.
Acidente.
Sonhos são trombadas contra o concreto.
Balança estreita entre razão e coração.
Às vezes, a grama verde é mais bonita,
Mas o que mesmo é um coração partido?


Ex-Posição
Caranguejúnior

O desenho talhado
Na madeira, renasce
Na gravura, a face
De um povo marcado
Do sertão esquecido
O sofrimento estampado
Uma mistura de liso
Ondulado, crespo, estriado
Uma zona dentenção
Um olhar, uma vitória
Ideias em exposição
Pedaços, primeiras estórias

Paulo D'Auria
I
Já se viu isto?
O povo liso
dorme no estrado estriado!
Dorme no estrado estriado
e vai pelo vão...
O povo tá tão liso
que não tem dinheiro
nem pro colchão!

II
nos fios
dos varais vazio
ais
secando ao vento

III
Meu apartamento tem
área de serviço,
desço o varal de teto,
penduro minhas roupas,
fecho os olhos
e finjo
que lá em cima
é o sol.

IV
VaralViral


V
As gravuras de Xilo expostas no cordel:
"quadrinhos da infância do menino".
As gravuras de Xilo
expostas no cordão
do céu.