em branco
a corrida - seleção brasileira
são papais-noéis, são garçons, são paulinos, são corintianos, são ronaldinhos, são ronaldões, são capixabas, são potiguares, são atletas, são pernetas, são penetras, são índios, são brancos, são negros, são japones, são chineses, são homens e são mulheres, uma seleção brasileira de tipos e esforços, sorrisos e esperanças rasgando o coração da cidade de são paulo, são silvestre.
Na via advém, mas se não vem, adivinha?
O que é o que é que:
entre erres e esses
de ruas e pedestres
homens e mulheres
não querem perder?
Tempo, tempo, tempo...
Parece com um teste,
são novatos e mestres
nativos campestres
com trajes e vestes
do mesmo porquê.
Passa tempo, passa tempo, passatempo...
E no último dia
que o ano padece
São Paulo conhece
com data de prece
o que vai pra tevê.
Há tanto tempo, há tanto tempo, há tanto tempo...
Que quando é hora de ir,
mesmo que chova canivete
só então se percebe
como são todos silvestres
quando querem correr.
Mas daí...
Falta tempo, falta tempo, falta tempo...
entre erres e esses
de ruas e pedestres
homens e mulheres
não querem perder?
Tempo, tempo, tempo...
Parece com um teste,
são novatos e mestres
nativos campestres
com trajes e vestes
do mesmo porquê.
Passa tempo, passa tempo, passatempo...
E no último dia
que o ano padece
São Paulo conhece
com data de prece
o que vai pra tevê.
Há tanto tempo, há tanto tempo, há tanto tempo...
Que quando é hora de ir,
mesmo que chova canivete
só então se percebe
como são todos silvestres
quando querem correr.
Mas daí...
Falta tempo, falta tempo, falta tempo...
anti-são silvestre
São Paulo não é silvestre
São Paulo é agreste
É filme b
Sangue, suor e lágrimas
São Paulo é uma peste
Se existe algo que São Paulo não é, é silvestre
São Paulo é novela ruim
Selva de pedra, asfalto e medo
São Paulo é o fim
São Paulo é exatamente o contrário de silvestre
São Paulo é o mais óbvio chavão de metrópole
Cinza, suja e fria
São Paulo se odeia
Se antropofaz
E regurgita
Reinventando-se de tal maneira
Que aos 31 dias do mês de dezembro
São Paulo amanhece
Mais que silvestre
São Paulo se traveste
São Silvestre
São Paulo é agreste
É filme b
Sangue, suor e lágrimas
São Paulo é uma peste
Se existe algo que São Paulo não é, é silvestre
São Paulo é novela ruim
Selva de pedra, asfalto e medo
São Paulo é o fim
São Paulo é exatamente o contrário de silvestre
São Paulo é o mais óbvio chavão de metrópole
Cinza, suja e fria
São Paulo se odeia
Se antropofaz
E regurgita
Reinventando-se de tal maneira
Que aos 31 dias do mês de dezembro
São Paulo amanhece
Mais que silvestre
São Paulo se traveste
São Silvestre
estúpida são silvestre
É o início,
Só há o verbo
E o caos.
Deus ainda não jogou os dados, as fichas,
Não girou a roleta do tempo.
Não há nada,
Ainda não foi dada a largada
Desta estúpida são silvestre.
Uma nova chance, passarinhos,
Desta feita romperemos a fita da vitória
Ou mais uma vez nos perderemos
Pelo caminho?
Só há o verbo
E o caos.
Deus ainda não jogou os dados, as fichas,
Não girou a roleta do tempo.
Não há nada,
Ainda não foi dada a largada
Desta estúpida são silvestre.
Uma nova chance, passarinhos,
Desta feita romperemos a fita da vitória
Ou mais uma vez nos perderemos
Pelo caminho?
ton-ton
1.
MASP, Paulista, Consolação, Ipiranga, São João, Minhocão, Memorial da América Latina, Av. Rudge, Rio Branco, Lgo. do Paissandu, Teatro Municipal, Viaduto do Chá, Brigadeiro, Paulista, Prédio da Gazeta.
Ton-Ton, o motoboy, percorria estes endereços diariamente, mas passava tão depressa no corredor entre os carros, buzinando e se equilibrando, que não se dava conta.
Na expectativa da largada, - a multidão, o número colado no peito, 27.335, o tênis velho machucando o pé, - é que não ia mesmo perceber.
Na Paulista um acotovelamento.
Descendo a Consolação, todo santo empurrando.
Passou pela famosa Ipiranga com São João e assobiou uma melodia que sequer conhecia.
No Minhocão, as pessoas nas janelas acenando, começou a notar.
O Memorial da América Latina era um deslumbramento.
A Av. Rudge, solidão.
Foi na Rio Branco que viu com clareza.
Parou de correr, caminhava.
“O que me importa? Devo estar em milésimo lugar!”
Olhou, olhou bem, caminhava cada vez mais devagar.
Sorriu de satisfação.
Sim, era São Paulo!
2.
Cruzou descalço a linha de chegada. Não era o último.
Ganhou um beijo da namorada que chegou para o final.
- Tá linda de branco! Quem ganhou? Brasileiro?
- Um negão. Queniano, parece. E o tênis?
- Esfolou meu pé.
- Jogou fora? E vamos assistir ao show da virada assim? Eu de vestido novo, você descalço?
- Dá sorte... Tomara que chova, preciso de um banho.
- Vadeílton...
- Vamos procurar um dog? Eu comeria um boi agora!
Voltavam para casa e a chuva caiu diante de seus olhos, estirada no meio da madrugada.
Bêbado, ele a pediu em casamento.Bêbada, ela riu, “Ton-ton... Você!”
Naquela noite não havia corredor, não precisava se equilibrar.
MASP, Paulista, Consolação, Ipiranga, São João, Minhocão, Memorial da América Latina, Av. Rudge, Rio Branco, Lgo. do Paissandu, Teatro Municipal, Viaduto do Chá, Brigadeiro, Paulista, Prédio da Gazeta.
Ton-Ton, o motoboy, percorria estes endereços diariamente, mas passava tão depressa no corredor entre os carros, buzinando e se equilibrando, que não se dava conta.
Na expectativa da largada, - a multidão, o número colado no peito, 27.335, o tênis velho machucando o pé, - é que não ia mesmo perceber.
Na Paulista um acotovelamento.
Descendo a Consolação, todo santo empurrando.
Passou pela famosa Ipiranga com São João e assobiou uma melodia que sequer conhecia.
No Minhocão, as pessoas nas janelas acenando, começou a notar.
O Memorial da América Latina era um deslumbramento.
A Av. Rudge, solidão.
Foi na Rio Branco que viu com clareza.
Parou de correr, caminhava.
“O que me importa? Devo estar em milésimo lugar!”
Olhou, olhou bem, caminhava cada vez mais devagar.
Sorriu de satisfação.
Sim, era São Paulo!
2.
Cruzou descalço a linha de chegada. Não era o último.
Ganhou um beijo da namorada que chegou para o final.
- Tá linda de branco! Quem ganhou? Brasileiro?
- Um negão. Queniano, parece. E o tênis?
- Esfolou meu pé.
- Jogou fora? E vamos assistir ao show da virada assim? Eu de vestido novo, você descalço?
- Dá sorte... Tomara que chova, preciso de um banho.
- Vadeílton...
- Vamos procurar um dog? Eu comeria um boi agora!
Voltavam para casa e a chuva caiu diante de seus olhos, estirada no meio da madrugada.
Bêbado, ele a pediu em casamento.Bêbada, ela riu, “Ton-ton... Você!”
Naquela noite não havia corredor, não precisava se equilibrar.
equipe de manutenção
por Ferrari
A vizinha levou um vinho e um panetone.
A mesa estava posta no quintal, repleta, iluminada, próxima ao chafariz que, segundo Eliseu, só não bombeava melhor que seu coração. Feito pombos, os convidados pulavam de travessa em travessa. Na parede, uma imagem de São Epitáfio zelava pela moral e bons costumes, mas com a conversa variada, o santo parecia perdido. A festa era a última parcela da dívida que Eliseu tinha com São Epitáfio. Entre outras coisas, ele havia prometido ao santo a inauguração de um chafariz na virada do ano, caso sobrevivesse a operação cardíaca.
De repente, o quintal escureceu. O filho da vizinha subiu na laje da casa e viu que o bairro inteiro estava apagado. Eliseu ligou pra companhia de luz. A equipe de manutenção já estava a caminho.
Faltavam poucos minutos pro ano-novo, quando o caminhão da Força e Luz parou diante da casa. Via-se apenas um vulto em cima do poste. Na festa: uva passa, uva passa, uva passa… Alguém ligou um radinho de pilha numa estação evangélica. O pastor dizia: “Vamos dar as mãos e fazer uma corrente pra entrada do ano. Se você estiver sozinho, levante suas mãos pro céu; estaremos todos juntos”. Na espera de um milagre extra e gratuito, Eliseu ligou a chave do chafariz e pôs a imagem de São Epitáfio ao lado do interruptor. Depois chamou todos pra darem as mãos ao redor do chafariz. Em poucos minutos, a corrente de fé estava formada – só faltava a corrente elétrica.“Treze segundos”, disse o pastor no rádio. “Oito… três… dois… um…”.
No poste, o vulto se transformou na equipe de manutenção – um homem só, ou melhor, um só homem – pois também estava com as mãos levantadas.
“Aleluia!”, disse o chafariz.
A vizinha levou um vinho e um panetone.
A mesa estava posta no quintal, repleta, iluminada, próxima ao chafariz que, segundo Eliseu, só não bombeava melhor que seu coração. Feito pombos, os convidados pulavam de travessa em travessa. Na parede, uma imagem de São Epitáfio zelava pela moral e bons costumes, mas com a conversa variada, o santo parecia perdido. A festa era a última parcela da dívida que Eliseu tinha com São Epitáfio. Entre outras coisas, ele havia prometido ao santo a inauguração de um chafariz na virada do ano, caso sobrevivesse a operação cardíaca.
De repente, o quintal escureceu. O filho da vizinha subiu na laje da casa e viu que o bairro inteiro estava apagado. Eliseu ligou pra companhia de luz. A equipe de manutenção já estava a caminho.
Faltavam poucos minutos pro ano-novo, quando o caminhão da Força e Luz parou diante da casa. Via-se apenas um vulto em cima do poste. Na festa: uva passa, uva passa, uva passa… Alguém ligou um radinho de pilha numa estação evangélica. O pastor dizia: “Vamos dar as mãos e fazer uma corrente pra entrada do ano. Se você estiver sozinho, levante suas mãos pro céu; estaremos todos juntos”. Na espera de um milagre extra e gratuito, Eliseu ligou a chave do chafariz e pôs a imagem de São Epitáfio ao lado do interruptor. Depois chamou todos pra darem as mãos ao redor do chafariz. Em poucos minutos, a corrente de fé estava formada – só faltava a corrente elétrica.“Treze segundos”, disse o pastor no rádio. “Oito… três… dois… um…”.
No poste, o vulto se transformou na equipe de manutenção – um homem só, ou melhor, um só homem – pois também estava com as mãos levantadas.
“Aleluia!”, disse o chafariz.
Só não há vagas para guarda-chuvas
O equilíbrio da nissei que perdeu o rebolado
na Estação Santo Amaro
na
Estação Santo Amaro
desamparo
A vida do mineiro que perdeu a pulsação
na Estação Vila Carrão
na
Estação Vila Carrão
comoção
A paciência da baiana que perdeu a paz
na Estação Brás
na
Estação Brás
Satanás!
A timidez da paraense que perdeu a solidão
na Estação Conceição
na
Estação Conceição
atração
A coragem do judeu que perdeu a paquera
na Estação Itaquera
na
Estação Itaquera
quem dera
O chão da amazonense que perdeu a alegria
na Estação Santa Cecília
na
Estação Santa Cecília
uma ilha
A higiene do gaúcho que perdeu o cumprimento
na Estação São Bento
na
Estação São Bento
constrangimento
A pureza da goiana que perdeu o juízo
na Estação Paraíso
na
Estação Paraíso
improviso
Só não há vagas para guarda-chuva, sinhô,
nos achados e perdidos do Metrô.
Cidadão das nuvens
Renato Silva
'' TEMPO VELOZ ''
microconto
Mas ele tinha feito promessa a São Silvestre de que correria para sempre.
E agora a crise etc e tal, ficou sem o emprego de Papai-Noel.
Contava com ele pra pagar a inscrição. Se virava como?
Antes de ligar a tv, repassou a vida:
Não, não daria um romance, como diria "A Falecida".
Por hora, mal tinha assunto pra um microconto.
E agora a crise etc e tal, ficou sem o emprego de Papai-Noel.
Contava com ele pra pagar a inscrição. Se virava como?
Antes de ligar a tv, repassou a vida:
Não, não daria um romance, como diria "A Falecida".
Por hora, mal tinha assunto pra um microconto.
coisa que o valha
Ufa!
Ufa!
Ufa!
embagem de sonho papel de bala brigadeiro
o gari varrendo
uma maratona por dia
Ufa!
Ufa!
Ufa!
tatu-bolinha porco-espinho minhocão
a criança inventando
uma maratona por dia
Ufa!
Ufa!
Ufa!
amazonense sergipano paulista
o sertão parindo
uma maratona por dia
- e o matuto seguindo -
Ufa!
Ufa!
Ufa!
São Paulo São João São Silvestre
o poeta sonhando
uma maratona por dia
e o gari a criança o matuto o poeta
nunca ganharam medalha
ou coisa que o valha!
Ufa!
Ufa!
Ufa!
valha-nos nossa senhora!
Ufa!
Ufa!
embagem de sonho papel de bala brigadeiro
o gari varrendo
uma maratona por dia
Ufa!
Ufa!
Ufa!
tatu-bolinha porco-espinho minhocão
a criança inventando
uma maratona por dia
Ufa!
Ufa!
Ufa!
amazonense sergipano paulista
o sertão parindo
uma maratona por dia
- e o matuto seguindo -
Ufa!
Ufa!
Ufa!
São Paulo São João São Silvestre
o poeta sonhando
uma maratona por dia
e o gari a criança o matuto o poeta
nunca ganharam medalha
ou coisa que o valha!
Ufa!
Ufa!
Ufa!
valha-nos nossa senhora!
o bêbado
O bêbado que mal sabia qual dia era dia disso ou daquilo,
o natal percebia porque via
sob o verão equatorial,
sobre o asfalto a quarenta graus,
a cidade às voltas com pinheiros estilizados,
neve de plástico
e renas de ilusão.
Pegava então suas tralhas e mudava-se para a Paulista,
esperar o grande dia.
Ano após ano, 3 segundos antes do vencedor,
invadia a avenida
e acenava para a câmera posicionada
atrás da linha de chegada.
Há 10 anos longe de casa,
a barba longa,
a cara encovada,
- a quem será que ele esperava?
o natal percebia porque via
sob o verão equatorial,
sobre o asfalto a quarenta graus,
a cidade às voltas com pinheiros estilizados,
neve de plástico
e renas de ilusão.
Pegava então suas tralhas e mudava-se para a Paulista,
esperar o grande dia.
Ano após ano, 3 segundos antes do vencedor,
invadia a avenida
e acenava para a câmera posicionada
atrás da linha de chegada.
Há 10 anos longe de casa,
a barba longa,
a cara encovada,
- a quem será que ele esperava?
''CORRERIA ANUAL''
'' Luciano, campeão da são silvestre de algum ano... alguém se lembra??''
povo batalhador
passa o ano todo
correndo pelas ruas da cidade
atrás de dinheiro
trabalho
felicidade
e no fim do ano
acha fôlego
e corre pelas ruas
atrás da glória
da vitória
de um dia ser lembrado
na história
povo guerreiro
seu zé motorista
seu João pedreiro
seu Pedro taxista
seu Severino porteiro
todos em busca
de serem mais um
herói Brasileiro
de uma condecoração
fazendo de si
a bravura em pessoa
não sendo mais um na multidão
enchendo as ruas de beleza
sabendo que já é
herói por natureza...
Caranguejúnior ''mais um herói por natureza''
Corredor
Corre...Corre...Corredor!
Corre até não mais poder...
Tenta achar a ti mesmo,
No lado de fora...
Na grande avenida...
Avenida da vida,
Cadê seu troféu?
Corre até não chegar...
Nem no ultimo lugar...
Não se aguenta nos pés,
Não se aguenta no chão...
Mas tem que correr...
Tem que ganhar...
Sofrer tentando ganhar...
Sofrer assim...
Não dá vergonha!
Sofrimento de vencedor!
Vencedor?
Corre...Corredor!
Corre afinal, pra não ser...
no final, mais um "morredor!"
Corre até não mais poder...
Tenta achar a ti mesmo,
No lado de fora...
Na grande avenida...
Avenida da vida,
Cadê seu troféu?
Corre até não chegar...
Nem no ultimo lugar...
Não se aguenta nos pés,
Não se aguenta no chão...
Mas tem que correr...
Tem que ganhar...
Sofrer tentando ganhar...
Sofrer assim...
Não dá vergonha!
Sofrimento de vencedor!
Vencedor?
Corre...Corredor!
Corre afinal, pra não ser...
no final, mais um "morredor!"
Preto véio no poste de luz
Av. São João
Embaixo do minhocão,
Cê num vai acreditá!
Eu vi o preto véio, mermão!
Num queria fazê
tanta rima...
mas é que foi emoção!
De vê o preto véio no poste!
Todo enrolado!
Parecia trabaio!
Mizifio bota o preto
véio no poste de luz...
Pra mó di ganhá...
A São Silvestre danada!
No dia da corrida...
Cê segura firme no preto véio...
Qui vai ti mandá
muita energia!
O "cavalo" vai saí correndo
Feito cavalo doido!
E num si esqueci...
da ceia di natal do preto véio!
Galinha importada di Angola...
E charuto cubano!
Pra bebê?
A nossa cachaça num tem mió!
Vem batê ombro, mizifio!
E boa corrida!
Embaixo do minhocão,
Cê num vai acreditá!
Eu vi o preto véio, mermão!
Num queria fazê
tanta rima...
mas é que foi emoção!
De vê o preto véio no poste!
Todo enrolado!
Parecia trabaio!
Mizifio bota o preto
véio no poste de luz...
Pra mó di ganhá...
A São Silvestre danada!
No dia da corrida...
Cê segura firme no preto véio...
Qui vai ti mandá
muita energia!
O "cavalo" vai saí correndo
Feito cavalo doido!
E num si esqueci...
da ceia di natal do preto véio!
Galinha importada di Angola...
E charuto cubano!
Pra bebê?
A nossa cachaça num tem mió!
Vem batê ombro, mizifio!
E boa corrida!
O primeiro lugar
Fim de ano...E entre a papagaiada comercial do natal...Existem pessoas que desejam ganhar algo mais importante que um presente comprado. Elas querem o primeiro lugar! "O importante é competir!" Está bem, todos conhecem a frase...Mas tambem, todos sabemos que a verdade é bem diferente! Ninguem se mata...Faz bolhas nos pés, apenas para competir, por mais consciente que seja de suas limitações, o cara sonha em ter todas as atenções voltadas para si! "O primeiro lugar!" Infelizmente,o ser humano é um bruto mesmo, e vai sempre invejar o talento alheio, mesmo que tenha muitas coisas boas para si.
O ególatra existe, mesmo que adormecido, no cantinho mais escuro do coração modesto. E quanto sangue, quanta discórdia não rolará, enquanto esse sentimento existir? De que adianta, se falar em justiça social, se queremos "ser mais" que o outro? Mesmo que quase inconscientemente, através de sutis rasteiras?
Na época em que a São Silvestre era exibida à noite, eu a assistia, acompanhado de familiares, como um ritual. Mas hoje, com toda a claridade...Admito que já não posso mais ver. Aqueles corpos exaustos, com faces resfolegadas...Atrás de simplesmente, uma saudável competição? O desespero daquele que chega perto do almejado "primeiro lugar," só me faz pensar em algo...Quando pararemos de ser adversários, e agirmos como uma equipe, não contra outros seres humanos, mas contra o pior que existe em nós mesmos?
O ególatra existe, mesmo que adormecido, no cantinho mais escuro do coração modesto. E quanto sangue, quanta discórdia não rolará, enquanto esse sentimento existir? De que adianta, se falar em justiça social, se queremos "ser mais" que o outro? Mesmo que quase inconscientemente, através de sutis rasteiras?
Na época em que a São Silvestre era exibida à noite, eu a assistia, acompanhado de familiares, como um ritual. Mas hoje, com toda a claridade...Admito que já não posso mais ver. Aqueles corpos exaustos, com faces resfolegadas...Atrás de simplesmente, uma saudável competição? O desespero daquele que chega perto do almejado "primeiro lugar," só me faz pensar em algo...Quando pararemos de ser adversários, e agirmos como uma equipe, não contra outros seres humanos, mas contra o pior que existe em nós mesmos?
avenida paulista
na barra funda
todo mundo
tem bunda
com um adendo
bunda só existe
pra quem
está vendo
no paraíso
todo mundo
tem prejuízo
com um porém
prejuízo
só prejudica
quem tem
no jabaquara
todo mundo
dispara
com um senão
paulista acaba
no cemitério
da consolação
todo mundo
tem bunda
com um adendo
bunda só existe
pra quem
está vendo
no paraíso
todo mundo
tem prejuízo
com um porém
prejuízo
só prejudica
quem tem
no jabaquara
todo mundo
dispara
com um senão
paulista acaba
no cemitério
da consolação
homessa!
Mas será o Benedito,
São Paulo não pode parar?
É todo dia faniquito:
É faniquito no trânsito,
Na fila do banco, do teatro, do cinema!
Mas será o Benedito, São Paulo,
Faniquito é seu lema?
Não tem aí um doutor,
Que lhê um remédio qualquer:
Xarope de culher,
Prozac, pito, pirulito?
Cidade neurótica, sô!
E como fosse pouca
A pressa do dia a dia
A louca me encerra o ano
com uma corrida?!
São Silvestre? Homessa!
São Paulo não pode parar?
É todo dia faniquito:
É faniquito no trânsito,
Na fila do banco, do teatro, do cinema!
Mas será o Benedito, São Paulo,
Faniquito é seu lema?
Não tem aí um doutor,
Que lhê um remédio qualquer:
Xarope de culher,
Prozac, pito, pirulito?
Cidade neurótica, sô!
E como fosse pouca
A pressa do dia a dia
A louca me encerra o ano
com uma corrida?!
São Silvestre? Homessa!
Assinar:
Postagens (Atom)