A galinha
pariu uma ferida!
Que hoje está
de cabeça erguida!
A galinha
pariu uma ferida!
Que hoje está
sorridente para a vida!
Monte de remendos
putrefatos!
Rasgue tudo
e venha cegar-se
com minha Luz!
Ovo! Avestruz!
Ovo! Avestruz!
Ovo! Avestruz!
em branco
Alvoroço
O ovo
nasceu
sem casca,
sem nada
por dentro,
O ovo que
imaginei
ficou no cérebro,
me agachei
e não saiu,
Como sair o
ovo da imaginação?
Como parir
o bebê já ancião?
Morte e vida,
Quem dera,
pular tudo,
Sem clara,
Sem gema,
Sem pinto,
Só o galo vistoso,
Causando alvoroço
na galinhada!
Có-Có-Cóóóó!!!
Có-Có-Cóóó!!!
Cóóóóóó!!!Cóóóó!!!
Cóóóóóóóó!!!
nasceu
sem casca,
sem nada
por dentro,
O ovo que
imaginei
ficou no cérebro,
me agachei
e não saiu,
Como sair o
ovo da imaginação?
Como parir
o bebê já ancião?
Morte e vida,
Quem dera,
pular tudo,
Sem clara,
Sem gema,
Sem pinto,
Só o galo vistoso,
Causando alvoroço
na galinhada!
Có-Có-Cóóóó!!!
Có-Có-Cóóó!!!
Cóóóóóó!!!Cóóóó!!!
Cóóóóóóóó!!!
Musculovo!
As veias
palpitam,
O musculo
incha
Musculovo!
Musculovo!
Parido
da
Mãe-Estimulação!
Torna-se
duro,
Assustador,
A moça
pede para pegar,
Ele deixa,
Ninguem
fica
indiferente,
ao
Musculovo!
Musculovo!
braço
do
halterofilista!
palpitam,
O musculo
incha
Musculovo!
Musculovo!
Parido
da
Mãe-Estimulação!
Torna-se
duro,
Assustador,
A moça
pede para pegar,
Ele deixa,
Ninguem
fica
indiferente,
ao
Musculovo!
Musculovo!
braço
do
halterofilista!
Novo-Ovo
Não
lembro
de
mais nada
Nem dos inimigos,
Nem
da
mão
na
cara
Dejetei
o
passado
Ele
fede
me
afasto,
Coloco
o
Novo-Ovo
aqui
dentro
E minhas
vísceras
Se
contorcem
num
sorriso!
lembro
de
mais nada
Nem dos inimigos,
Nem
da
mão
na
cara
Dejetei
o
passado
Ele
fede
me
afasto,
Coloco
o
Novo-Ovo
aqui
dentro
E minhas
vísceras
Se
contorcem
num
sorriso!
o ovo de ivonete
Ivonete quebrou o ovo
Créck
Pra bater um omelete
Botou
Tomate
Rancor
Cebola
Amor
Botou sal
E uma pitada de açúcar
Pro Genival
Ivonete quebrou o ovo
Créck
Pra bater clara em neve
e fazer mais fofo
O bolo
do Genival
Botou
Sentimento
Farinha
Fermento
Açúcar
Créck
Pra bater um omelete
Botou
Tomate
Rancor
Cebola
Amor
Botou sal
E uma pitada de açúcar
Pro Genival
Ivonete quebrou o ovo
Créck
Pra bater clara em neve
e fazer mais fofo
O bolo
do Genival
Botou
Sentimento
Farinha
Fermento
Açúcar
Botou ovo
E uma pitada de sal
Pro Genival
E deixou crescer
Deixou crescer
Deixou crescer
Quando Genival chegou em casa
Deixando a noite e os sapatos à porta
Encontrou a mesa posta
Toalha nova novinha novinha
Na cozinha de Ivonete
E toda solidão do mundo
Na casca
de um
OvO
o poema de fraldas
O poema de fraldas chora
O poema de fraldas berra
O poema de fraldas cora
O poema de fraldas erra.
O poema de fraldas engatinha,
não tem ainda ciência
dos grandes mistérios da existência.
Cai,
Se espanta,
Levanta,
Ri do próprio tombo.
O poema de fraldas não tem medo
Ele só pensa em seguir em frente
e descobrir o novo.
O poema de fraldas é um neném
Quiném você.
O poema de fraldas berra
O poema de fraldas cora
O poema de fraldas erra.
O poema de fraldas engatinha,
não tem ainda ciência
dos grandes mistérios da existência.
Cai,
Se espanta,
Levanta,
Ri do próprio tombo.
O poema de fraldas não tem medo
Ele só pensa em seguir em frente
e descobrir o novo.
O poema de fraldas é um neném
Quiném você.
ovo o quê?
Fases
Ovo cru
e farinha,
Aniversário
na escola.
Ovo frito,
Olho do universo
nos vendo
Ovo cozido,
Nossa relação
de anos.
Ovo mexido,
Acessório de sex-shop.
No fim,
Ovo de qualquer
jeito...
Suicídio
de
colesterol!
e farinha,
Aniversário
na escola.
Ovo frito,
Olho do universo
nos vendo
Ovo cozido,
Nossa relação
de anos.
Ovo mexido,
Acessório de sex-shop.
No fim,
Ovo de qualquer
jeito...
Suicídio
de
colesterol!
Ridículo
Senti
dor no joelho
Senti calor
na cabeça,
Me senti ridículo
De quatro,
Me senti sozinho
Mesmo rodeado
de pessoas,
passando o mesmo
ridículo que eu,
Não pensamos
no ridículo
alheio,
Só no nosso,
Porque?
O nascimento
é ridículo!
Careca,
sem dente,
Emergindo
de uma vagina
escancarada,
Ou não!
Eu por exemplo,
Nasci de uma barriga cortada!
Ri-dí-cu-lo!
dor no joelho
Senti calor
na cabeça,
Me senti ridículo
De quatro,
Me senti sozinho
Mesmo rodeado
de pessoas,
passando o mesmo
ridículo que eu,
Não pensamos
no ridículo
alheio,
Só no nosso,
Porque?
O nascimento
é ridículo!
Careca,
sem dente,
Emergindo
de uma vagina
escancarada,
Ou não!
Eu por exemplo,
Nasci de uma barriga cortada!
Ri-dí-cu-lo!
ovo sem galinha
(por Ferrari)
ela não conta ovos
conta pérolas
conta diamantes
conta prosa
amarradas em dúzias
pelo barbante
da imaginação
teimosa
ela não conta ovos
reza um rosário
conta poesia
seu braço
é extensão do pensamento
seu ato é tempo
e espaço
em eucaristia
ela não conta ovos
conta memórias
feitas com farinha
conta os dias
rugas e estrias
da idade
filhos e netos
que partiram para cidade
em busca de um ovo
sem galinha
ela não conta ovos
conta pérolas
conta diamantes
conta prosa
amarradas em dúzias
pelo barbante
da imaginação
teimosa
ela não conta ovos
reza um rosário
conta poesia
seu braço
é extensão do pensamento
seu ato é tempo
e espaço
em eucaristia
ela não conta ovos
conta memórias
feitas com farinha
conta os dias
rugas e estrias
da idade
filhos e netos
que partiram para cidade
em busca de um ovo
sem galinha
eu sou a galinha
(por Ferrari)
Eu sou “a” galinha! Aquela que botou o ovo em que vocês estão contidos. Estou aqui pra botar ordem no galinheiro e acabar com a polêmica que tem tirado o sono de vocês: “Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?”. Quem nasceu primeiro fui eu, claro! Se vocês são minha imagem e semelhança, logo, vocês são o ovo. Antes de mim, nem antes tinha. Óbvio, não é? Outra confusão que aproveito pra desfazer é que botei vocês em sete dias e depois os abandonei ciscando pelo universo. Por favor! Se a questão é abandonar, abandonem essa idéia! Vocês e tudo que existe, mesmo o que existe mas vocês não sabem que existe são um “ovobumerangue”. Eu boto o mundo num instante, mas depois o retiro, sem que percebam, apenas pra rebotar no instante seguinte. Este movimento de entrar e sair da minha cloaca é a própria mola do relógio da vida. Assim, eu nunca abandono vocês, nem por um instante. Estando estas questões devidamente explicadas, deixo um ultimo conselho: Humilde, meus filhos! Parem de cantar de galo!
Eu sou “a” galinha! Aquela que botou o ovo em que vocês estão contidos. Estou aqui pra botar ordem no galinheiro e acabar com a polêmica que tem tirado o sono de vocês: “Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?”. Quem nasceu primeiro fui eu, claro! Se vocês são minha imagem e semelhança, logo, vocês são o ovo. Antes de mim, nem antes tinha. Óbvio, não é? Outra confusão que aproveito pra desfazer é que botei vocês em sete dias e depois os abandonei ciscando pelo universo. Por favor! Se a questão é abandonar, abandonem essa idéia! Vocês e tudo que existe, mesmo o que existe mas vocês não sabem que existe são um “ovobumerangue”. Eu boto o mundo num instante, mas depois o retiro, sem que percebam, apenas pra rebotar no instante seguinte. Este movimento de entrar e sair da minha cloaca é a própria mola do relógio da vida. Assim, eu nunca abandono vocês, nem por um instante. Estando estas questões devidamente explicadas, deixo um ultimo conselho: Humilde, meus filhos! Parem de cantar de galo!
almas velhas
Almas velhas na sala de estar,
Seguram o ovo do silêncio com tal cerimônia
Que mais parece um ovo de tímpanos.
- Shhhhh! Uma alma velha cochilou!
O ovo aproveitou e bambeou, bambeou na sua mão.
Entretanto, diante do cenho assustador das outras almas-guardiãs,
O ovo
Equilibrou-se no ar.
De repente um rebento arrebenta sala adentro,
Chora como choram as crianças esfomeadas,
O ovo do silêncio bambeia, bambeia
Não se aguenta
E estatela-se no chão!
O menino que nem sabe ser rogado,
Deleita-se, lambuza-se
Na gororoba de gema e clara esparramada.
As almas velhas, desnorteadas, acham por bem sorrir,
Porém suas faces de pó começam a trincar
Rachar, desabar na medida do movimento.
Instigados os 73 músculos do sorriso,
Dissolvem-se as almas no ar,
Qual vampiros
Em filmes b.
Seguram o ovo do silêncio com tal cerimônia
Que mais parece um ovo de tímpanos.
- Shhhhh! Uma alma velha cochilou!
O ovo aproveitou e bambeou, bambeou na sua mão.
Entretanto, diante do cenho assustador das outras almas-guardiãs,
O ovo
Equilibrou-se no ar.
De repente um rebento arrebenta sala adentro,
Chora como choram as crianças esfomeadas,
O ovo do silêncio bambeia, bambeia
Não se aguenta
E estatela-se no chão!
O menino que nem sabe ser rogado,
Deleita-se, lambuza-se
Na gororoba de gema e clara esparramada.
As almas velhas, desnorteadas, acham por bem sorrir,
Porém suas faces de pó começam a trincar
Rachar, desabar na medida do movimento.
Instigados os 73 músculos do sorriso,
Dissolvem-se as almas no ar,
Qual vampiros
Em filmes b.
poesia da gema
(por Ferrari)
clara e gema
caíram no óleo quente
enquanto a casca
foi pro lixo
clara e gema!
é claro!
o que vale a pena
mora dentro
da casa
mora além
da casca
é claro!
clara e gema
caíram no óleo quente
enquanto a casca
foi pro lixo
clara e gema!
é claro!
o que vale a pena
mora dentro
da casa
mora além
da casca
é claro!
ar vou
No primeiro dia da Papoetaria, no Tendal da Lapa, fizemos uma dinâmica de grupo que foi o pontapé inicial de toda a produção da oficina. O mote da dinâmica não foi extamente o ovo, mas a semente. Por isso este poema parece (apenas parece) estar um pouquinho fora do tema do mês, que na verdade engloba Ovo/Semente/Nascimento.
'' ESTRELANDO... OVO O ARTISTA ''
big-omelete-bang
No princípio era o ovo,
depois - big-bang! -
fez-se esse omelete de estrelas
planetas e vida
chamado universo.
Então, veio o homem,
se primeiro devorou o ovo ou a galinha
é questão mal resolvida,
o certo é: nunca mais parou de devorar,
devorou mar,
devorou rio,
devorou ar,
devorou bichos e plantas
quaisquer que lhe passassem pela frente,
só não bebeu ovos quentes de brontossauro
com um canudinho de bambu,
porque este teve a felicidade de não topar humanos
em todo o seu reinado.
O homem é único animal racional,
o único que tem bunda,
e o único cuja fome não cessa nunca.
Mas dizem que a uma eventual catástrofe atômica
só sobreviverão as baratas.
Isso até nascer um homem que coma ovos de barata.
depois - big-bang! -
fez-se esse omelete de estrelas
planetas e vida
chamado universo.
Então, veio o homem,
se primeiro devorou o ovo ou a galinha
é questão mal resolvida,
o certo é: nunca mais parou de devorar,
devorou mar,
devorou rio,
devorou ar,
devorou bichos e plantas
quaisquer que lhe passassem pela frente,
só não bebeu ovos quentes de brontossauro
com um canudinho de bambu,
porque este teve a felicidade de não topar humanos
em todo o seu reinado.
O homem é único animal racional,
o único que tem bunda,
e o único cuja fome não cessa nunca.
Mas dizem que a uma eventual catástrofe atômica
só sobreviverão as baratas.
Isso até nascer um homem que coma ovos de barata.
TEMA DO MÊS DE ABRIL - OVO
Durante todo mês de abril os Poetas do Tietê estarão poetando o ovo.
E, prepare-se, dia 25, às 19:00 horas, no Tendal da Lapa (Rua Constança, 72), estaremos todos, ao vivo, a cores e de fraldas no sarOvo!
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