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o ovo de ivonete


Ivonete quebrou o ovo
Créck
Pra bater um omelete

Botou
Tomate
Rancor
Cebola
Amor
Botou sal
E uma pitada de açúcar
Pro Genival

Ivonete quebrou o ovo
Créck
Pra bater clara em neve
e fazer mais fofo
O bolo
do Genival

Botou
Sentimento
Farinha
Fermento
Açúcar

Botou ovo
E uma pitada de sal
Pro Genival

E deixou crescer
Deixou crescer
Deixou crescer

Quando Genival chegou em casa
Deixando a noite e os sapatos à porta
Encontrou a mesa posta
Toalha nova novinha novinha
Na cozinha de Ivonete

E toda solidão do mundo
Na casca
de um
OvO

o poema de fraldas


O poema de fraldas chora
O poema de fraldas berra
O poema de fraldas cora
O poema de fraldas erra.

O poema de fraldas engatinha,
não tem ainda ciência
dos grandes mistérios da existência.

Cai,
Se espanta,
Levanta,
Ri do próprio tombo.

O poema de fraldas não tem medo
Ele só pensa em seguir em frente
e descobrir o novo.

O poema de fraldas é um neném
Quiném você.

ovo o quê?


O
OvO
sou eu,
O
OvO
é
o Óbvio

O
OvO
é você,
O
OvO
é
o Óvni

Eu, tu, ele
ÓvulO, sêmen,
Gérmen, gemada

OvO E.T.
OvO
o quê?

O
OvO
é a semente do bOlO
danadO no fOrnO

O
Ovo
é a semente
dO pintO
que não cresceu.

almas velhas

Almas velhas na sala de estar,
Seguram o ovo do silêncio com tal cerimônia
Que mais parece um ovo de tímpanos.

- Shhhhh! Uma alma velha cochilou!
O ovo aproveitou e bambeou, bambeou na sua mão.
Entretanto, diante do cenho assustador das outras almas-guardiãs,
O ovo
Equilibrou-se no ar.

De repente um rebento arrebenta sala adentro,
Chora como choram as crianças esfomeadas,
O ovo do silêncio bambeia, bambeia
Não se aguenta
E estatela-se no chão!

O menino que nem sabe ser rogado,
Deleita-se, lambuza-se
Na gororoba de gema e clara esparramada.

As almas velhas, desnorteadas, acham por bem sorrir,
Porém suas faces de pó começam a trincar
Rachar, desabar na medida do movimento.

Instigados os 73 músculos do sorriso,
Dissolvem-se as almas no ar,
Qual vampiros
Em filmes b.

ar vou

No primeiro dia da Papoetaria, no Tendal da Lapa, fizemos uma dinâmica de grupo que foi o pontapé inicial de toda a produção da oficina. O mote da dinâmica não foi extamente o ovo, mas a semente. Por isso este poema parece (apenas parece) estar um pouquinho fora do tema do mês, que na verdade engloba Ovo/Semente/Nascimento.

big-omelete-bang


No princípio era o ovo,
depois - big-bang! -
fez-se esse omelete de estrelas
planetas e vida
chamado universo.

Então, veio o homem,
se primeiro devorou o ovo ou a galinha
é questão mal resolvida,
o certo é: nunca mais parou de devorar,
devorou mar,
devorou rio,
devorou ar,
devorou bichos e plantas
quaisquer que lhe passassem pela frente,
só não bebeu ovos quentes de brontossauro
com um canudinho de bambu,
porque este teve a felicidade de não topar humanos
em todo o seu reinado.

O homem é único animal racional,
o único que tem bunda,
e o único cuja fome não cessa nunca.

Mas dizem que a uma eventual catástrofe atômica
só sobreviverão as baratas.
Isso até nascer um homem que coma ovos de barata.

TEMA DO MÊS DE ABRIL - OVO

Durante todo mês de abril os Poetas do Tietê estarão poetando o ovo.

E, prepare-se, dia 25, às 19:00 horas, no Tendal da Lapa (Rua Constança, 72), estaremos todos, ao vivo, a cores e de fraldas no sarOvo!