em branco

prima vera

grafite nas ruas de são paulo

O mundo anda tão maluco que nem a prima-vera prima mais pela verdade Vocês verão São Paulo quinta-feira 8 de outubro onze e trinta de uma noite fria Desafiando o frio fora de hora caminhando pela cidade fora de forma atravessando a degradada rua guaicurús o poeta prosseguia sussurrando poesia No mundo da lua não havia garoa fina 10 graus meia-noite ônibus errado No mundo onde ia a cabeça do poeta só havia poesia Foi quando percebeu o mendigo debaixo da marquise O papelão ajeitado à moda de cama o cobertor sujo a garrafa de coca-cola já quase sem cachaça alguma O homem só queria se ir desse mundo para qualquer lugar mais quente nem ligava se fosse pro inferno Mas a realidade insistia em rodeá-lo Calçada asfalto garoa poças meia-noite São Paulo E toda a poesia na cabeça do poeta se foi deixando sua cabeça mais vazia que a garrafa de cachaça Balão que o guiava no mundo das nuvens despencou Calçada asfalto garoa poças meia-noite São Paulo O mundo anda tão maluco que nem a prima-vera prima mais pela verdade Vocês verão Muitas vezes esses tombos do mundo da lua são os que mais machucam

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