Primavera em São Paulo é a Parada Gay!
Outro dia na Papoetaria (sábados, 11:00, Tendal da Lapa), os Poetas do Tietê faziam um brainstorm sobre agri-cultura, meio-ambiente, primavera, enfim, as infinitas possibilidades de nosso tema do mês de outubro, quando Marcelo Ferrari bem observou que a primavera é uma explosão de cores e alegria.
Na hora pensei: "Gentem, a primavera de São Paulo é a Parada Gay!"
Embora São Paulo conte com algumas espécies de árvores que nos presenteiam com suas fantásticas floradas agora no comecinho da primavera, - destaque para a Tipuana, o Ipê-Rosa, o Jacarandá Mimoso e a Sibipiruna, - a verdade é que ainda não temos jardins suficientemente bem cuidados ou um projeto paisagístico que faça da primavera um acontecimento em nossa cidade.
Muito ao contrário da Parada Gay, que de parada não tem nada. Na última edição movimentou quase 200 milhões de reais, atraiu 400 mil turistas e levou um total de 3 milhões de pessoas à Avenida Paulista.
Isso sem falar na explosão de cores e alegria!
Então está combinado, em São Paulo a primavera acontece em um fim-de-semana de junho, bem no meio do inverno!
mágica mais simples
alegrar o triste
colorir o cinza
germinar asfalto
demolir concreto
poesia não é
palhaçada
suvinil
britadeira
marreta
poesia é tudo também mais e além
poesia é
alegrar o triste
colorir o cinza
germinar asfalto
demolir concreto
poesia é
palhaçada
grafite
semente que passarinho caga
e tempo tempo tempo e tempo
contradição
reinvenção
mágica mais simples
agricultura
VERDEMAISVEZES
MEIO AMBIENTE
penso em você
debaixo daquela árvore
penso em te ver
talvez um dia te reencontrar
talvez não chorar
e sim se deslumbrar
e felicidade sentir
sorrir e sorrir...
de tudo
contudo
do absurdo
penso em viver
e não padecer
debaixo daquela árvore
penso em você
penso em te ter
Caranguejúnior 16/05/2007
AGRI-cultura
Ao contrário do que se possa imaginar, o paulistano pratica a arte da AGRI-cultura diariamente.
Não somos agricultures no sentido estrito da palavra, porém somos exímios AGRI-cultivadores.
Agri que vem do latim, acre, amargo, azedo... Ah, meu caro leitor, você já está começando a entender onde quero chegar!
Responda rápido, o que é mais difícil:
Pescar um robalo no Tietê ou fugir dos trombadinhas a roubar-nos no Viaduto do Chá?
Colher alface no asfalto ou fé na Praça da Sé?
Esperar banana amadurecer no pé ou esperar o trânsito desembananar?
Cavar covas para o plantar batata, mandioca, milho, feijão ou cavar um espaço no Metrô pra Itaquera às seis da tarde?
É por essas e outras que eu digo e repito, AGRI-cultura como a paulistana, não há!
Ah, agri-doces paulistanos!
prima vera
amo-ti, E.T.
resurgindo das cinzas-cidade que o matou.
você espelho que ela evita e quebra
atraindo 7-centos anos de azar e ingnorância.
você onde a cidade cospe e faz pior,
você seus intestinos,
você seu coração,
você suas próprias veias que a cidade auto-injeta e envenena.
amo-ti você,
amo-ti, E.T. pousado nas entranhas da cidade.
amo-ti, E.T.,
porque você é verdadeiro,
ela é de fumaça;
você, elementar,
ela é de borracha.
amo a ti, E.T.,
porque o verdadeiro E.T. é ela,
cidade que, quando nasceu,
se batizou em tuas águas.
e quando ela se for
e quando dela nada restar,
ti, E.T.
renascerá.
outubro: AGRI-cultura
Em outubro os Poetas do Tietê poetarão sobre o tema AGRI-cultura.
Nosso sarau será realizado dentro do evento "Café Orgânico" que acontecerá no Tendal da Lapa no dia 24/10 pela manhã.
AGRI-cultura foi a maneira que nós, paulistanos de coração, por opção ou adoção, encontramos de falar de meio-ambiente nesta metrópole do caos!
Cartinha para Papai Noel
Gostaria de
ganhar um carrinho
bomba
Para enfiá-lo
dentro
e ver suas
tripas pintarem
um quadro
menos mentiroso
do que estou
acostumado a ver
desde pequenininho,
um quadrinho todo
vermelho como o
rótulo da Coca-Cola,
que desentope pias
e corrói cérebros,
que não avisam
os olhos dessa gente,
que Natal não é peru
nem abraço falso.
Beijos e navalhadas
no seu saco.
Andrézinho.