em branco

o homem moderno

O poeta contemplativo morreu na faixa de pedestres. Que estresse,
abrir passagem para os atletas, os corretores de seguro, os vendedores de automóveis!
O poeta mastiga a fumaça de respirar
E golfa o oxigênio de voar.

O poeta apaixonado, afogado em silicones saltitantes
no circo das nádegas amestradas,
devora a sexualidade
e regurgita versos de amor.

O poeta é um velho ultrapassado,
come a própria a carne
e vomita-se homem moderno.

Um comentário:

André Dia(s,z)? disse...

Porra, Paulo! Gostei pra caramba! Nunca me vi representado tão bem num poema! Os poetas agradecem!