em branco

Hipotenusa


(tirada da janela de casa)

lanço um olhar retilíneo sobre o horizonte de casas um quadro de altivez financiada num prédio de periferia estou acima não se constata outra coisa canta um cego rabequeiro “o sertão já virou mar” e sou deus e sou nenhum contemplo as luzes paulistanas imagino confins pontilhados na loucura surreal densidade demográfica um ponto nas reticências nas entrelinhas da frase que não se acaba em Penha-Lapa parágrafo e letra maiúscula mas deixa perguntas no ar muito mais que nono andar nego cio na solidão no pensamento negocio em linha reta sobre vidas e vigas no céu da terra prometida

Um comentário:

Paulo D'Auria disse...

Fala, Rogério!

Muito bom!
A opção pela não pontuação reforça ap mesmo tempo a noção de caos da metrópole e o retílineo do olhar.

Parabéns!