O piso de tábuas negras
a rede de vime negro
o rio prata a tarde a chuva
e a canoa no meio do rio
Os biscoitos doces da parada no meio da viagem
derretendo na língua os teus seios palpáveis como sonhos
os teus seios pelas frestas da camisa amadurecendo
como uma canção de Roberto Carlos
As canções de Roberto Carlos
o Cristo Redentor
os sorvetes teu sorriso pingando nas mãos meladas
a areia faiscando estrelas sob nossos dedos
a cachoeira nua
as fotografias queimadas
as mangas roubadas
os frutos proibidos
saltos d’água no escuro
cidades dissolvendo-se no ar
as andorinhas em Toledo
Lembranças bruxuleando velas nas quais descobrimos
a tinta invisível dos anos
Todos nós tivemos verões
amores de verão
dois olhos negros
pedindo carona nas trincas do asfalto
da Estrada Velha de Santos
de onde seguiríamos em frente
Todos nós tivemos verões
espumas nas ondas
rajadas de vento
um ponto negro no tempo
onde ficou combinado
seguiríamos em frente
em branco
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