por Ferrari
Fernando de Noronha me proporcionou uma pérola. Encontrei-a na boca de um morador. Disse ele, que certo dia, quando Noronha ainda servia de presídio, o comandante responsável voltou do continente com um baú cheio de cobras venenosas. Ele foi incumbido de espalhar as cobras pela vegetação pra que os prisioneiros fugitivos morressem picados. Então, logo que o comandante chegou na ilha, mostrou o baú com as cobras aos prisioneiros e os alertou do perigo de fugirem do forte. Feito isso, pegou o baú e foi pro meio do mato cumprir as ordens que tinha recebido. Porém, o comandante foi pensando no caminho que, por também ser um morador da ilha e por não ser um prisioneiro do forte, a pessoa mais prejudicada com aquele ato seria ele mesmo, pois quem mais precisava e gostava de cruzar aqueles matos era ele. Então, parou perto de uma pedra, pegou o facão da cintura e cortou, uma por uma, a cabeça de todas as cobras do baú. Depois voltou pro forte com o baú vazio, mas nunca contou pra ninguém o que fez com as cobras. “É por isso que hoje em dia os turistas podem andar tranqüilamente pelas matas de Fernando de Noronha”, concluiu o narrador da história. Não tenho como afirmar se a história é histórica ou mitológica. Mas nem por isso deixa de ser uma pérola.
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Um comentário:
Se vc cortar a cabeça de uma cobra no meio da mata e ninguém ver, ainda assim a cobra está morta?
A cobra está solta na imaginação da população de Noronha, do Brasil, dos contadores destes ricos causos caboclos.
Parabéns pela sensibilidade de pescar esta pérola para nós!
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