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Arte cultural X Arte comercial

Na Papoetaria de 03/03, a partir do artigo "Você faz arte cultural ou arte comercial??" de Waldo Bravo, publicado no Portal das Arte (portalartes.com.br), discutimos o eterno embate entre arte verdadeira e simples entretenimento.

 

Você faz arte cultural ou arte comercial??

Waldo Bravo

 

Existem no universo das artes dois territórios marcados por profundas diferenças; o cultural e o comercial, e entre eles, um abismo gigantesco.
Aproximadamente 90% da arte que se produz hoje é arte comercial, meramente decorativa - arte menor - sem importância cultural. Sem importância para a história da arte, importante apenas para decoradores que de modo geral não entendem nada de arte, a não ser do quadrinho que combina com o sofá ou a cortina do cliente.
O volume é tamanho, que o público de modo geral quase não percebe a existência da arte cultural (10%), a arte importante, aquela que faz história, aquela que fica na história, aquela feita por artistas com verdadeira vocação. (para ler o artigo completo, acesse: http://www.portalartes.com.br/colunistas/4-waldo-bravo/46-voce-faz-arte-cultural-ou-arte-comercial.html)


Arte Cultural
Marcelo Tadeu

Minhas palavras não valem de nada
Minhas palavras não valem um tostão
São palavras de um poeta
Ninguém daria uma moeda
Mas é na sua pobreza
Que tudo se revela

 


pop-up
Paulo D’Auria

pop pop pop
pop up
eu quero ser
um artista popular
para entrar no seu lar
sem pedir licença
pra você aumentar o volume
sem fazer diferença
sem abalar suas crenças

pop pop pop
pipoca pululante
eu quero ser
um artista popular
este vai ser o refrão
de minha doce
alegre e dançante canção
pra te dar um tezão leve
te causar uma indignação controlada
pra você arrasar no salão e voltar
feliz feliz feliz
feliz como sempre quis

pop pop pop
o óbvio ululante
eu quero ser um artista popular
pra me aposentar com um único hit
ir morar em miami beach
e você me descartar
me deixar de lado
me esquecer tão rápido quanto
o seu voto para deputado



Arte?
André Dia(s/z)?

A arte de verdade,
Esta arte não se reparte,
Ela se esconde
Como covarde
Mesmo voando por toda parte,
É um urubu
Que não ganha afeição,
Como o buraco do cu
Que tem sua razão
Para não soar agradável.
O buraco do cu,
Ser amado é improvável,
Só quando leva trolha
Sua feiura é suportável,
Mesmo assim é como rolha
Para calá-lo definitivamente.
É assim a arte de verdade
Que não é vendável,
Talvez por ser inteligente,
Seu pecado mais provável.

Fotomontagem da nebulosa Helix (olho de Deus) sobre a histórica capa de Todos os Olhos (1973) de Tom Zé

Um comentário:

Caranguejunior disse...

Porra! massa mesmo poetada!


Abrax!