em branco

Quo Vadis

Grafite do coletivo São Mateus em Movimento,
na comunidade Vila Flávia, S.P.


Que honra! Os Poetas do Tietê têm o prazer de publicar um poema inédito do poeta e agitador cultural, grande figura da cena poética paulistana e um dos responsáveis por sua atual efervescência como co-fundador da Cooperifa, responsável pelo Sarau A Plenos Pulmões na Casa das Rosas, e pelo sarau mais intimista e exclusivo da cidade, o I Love Laje, Marco Pezão:

Quo vadis

Eu não quero ver
Barricada na calçada
Nem polícia vigiando
Pensamento lá em casa

Eu não quero ter
O meu sono assaltado
E dos filhos, a vida
O sonho ceifado

Trabalha, trabalha, trabalhador
Trabalha, trabalha, trabalha a dor

Crucificada Atenas
Entrincheirado no sofá
Sou réu na tela
Violência maior já é
Ter que morar numa favela

Trabalha, trabalha, trabalhador
Trabalha, trabalha, trabalha a dor

Afiada régua
Quem paga a conta pede trégua
Quo vadis, da gota o extremo 
A guerra urbana emana 
Dos palácios de governo

Trabalha, trabalha, trabalhador
Trabalha, trabalha, trabalha a dor...

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