em branco

coisas que não existem

“ A poesia é uma espécie de aventura para capturar coisas que não existem” Ferreira Gullar

Essa estranha aventura traduzida por 3 Poetas do Tietê:

Visão poética
Marcelo Tadeu

Eu vejo nos olhos
eu vejo nas águas
e vejo no ar.
Não tenho poderes
apenas sou poeta,
não enxergo com olhos,
e tudo o que vejo
escrevo.


O barulho
André Dias(s/z)?

O barulho
que passa,
pego no ar,
barulho das máquinas
dos homens,
barulho-homens-máquinas
me impedem de pensar,
quero rir
quero chorar
quero ir embora
quero almoçar.
Meu corpo se desfaz
em fumaça
misturada
com o barulho no ar,
nada para dizer,
muito para poetar.


Rede de caçar borboletas
Paulo D'Auria

no ar passarinho vento
sinal do celular da televisão via satélite
no ar 15 folhas de outono cheiro de esgoto
azul
e os pensamentos todos do mundo misturados

e o poeta pescando
poeta antena parabólica
poeta com sua rede de caçar
borboletas e furacões

no ar o menino e a pipa
a pipa leva o menino
pela linha que a prende
ao chão
às mãos
do menino que fica
e vai

cataventos birutas barômetros
metereologistas astrônomos astrólogos
o poeta são todos
e não é
nenhum

Um comentário:

Caranguejunior disse...

Muito bom! o poeta é um são que vive no mundo louco que pensa ser são que vive no mundo de poeta que pensa ser são que vive no mundo são que pensa ser louco.

deixa pra lá, vocês entenderam...