em branco

as carnes dela


A tia passeava no parque de sombrinha,
Braços dados, a tarde, com a sobrinha,
Quando, entre recatos e babados eu vi,
Eu vi um bocado das carnes dela.

Confesso, de longe, a seguia,
Mas não era meu intento,
Não sou tarado,
Sou um pobre apaixonado.

Foi o destino quem quis,
Aliado a uma rajada de vento,
Fazer-me assim feliz;
Daí esta elegia
Para sua pele macia.

Eu vi, eu vi um bocado,
Um pedaço das carnes dela!
Alteou-se a barra do vestido,
E - Ah, que carnes rotundas! -
Através do tecido lasso
Eu vi, eu vi sua canela!

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