Comecei minha coleção de álbuns de vinil em 1977, com “Entradas e Bandeiras”, Rita Lee e Tutti Frutti. – Embora a própria Rita já tenha declarado que não gosta deste álbum, ele segue sendo o meu preferido de sua discografia. Depois que abandonou as guitarras de Carlini, Rita nunca mais foi tão roqueira.
O álbum traz, entre outras, “Coisas da Vida” (que, ainda segundo eu mesmo, divide o posto de melhor canção de Rita com “Ovelha Negra”) e três canções co-assinadas por Paulo Coelho - sim, antes de ser um escritor medíocre, ele era um ótimo letrista de rock. (Não vai aqui nenhum julgamento de valor, pela fortuna que ele ganha eu escreveria filosofias muito mais rasas que as suas).
Em 1977 a maioria dos álbuns clássicos das grandes bandas já haviam sido lançados:
Led Zeppelin IV (aquele do velhinho com o feixe nas costas) é de 1971.
Deep Purple in Rock é de 1970.
The Dark Side of the Moon, Pink Floyd, é de 1973,
Eu poderia ter curtido minhas primeiras fossas ao som de Starway to Heaven, Child in Time ou The Great Gig in the Sky, mas por acaso foi com Tomorrow do King Crinsom, nos vocais, ainda, Greg Lake do Emerson, Lake & Palmer que derramei minhas lágrimas para Regina, minha primeira paixão, uma garota talvez dois anos mais velha do que eu.
Depois dela, muitas paixões vieram, e claro, muitas canções as acompanharam. Os nomes das paixões não veem ao caso, mas as canções são estas:
Catch the Rainbow, do Rainbow; Hotel California, (eu sei que o leitor já ouviu esta canção do Eagles duzentas vezes, mas alguma vez já notou que o solo de guitarras é na verdade um sensacional “duelo” de guitarras? Não? Então vale apenas ouvir duzentas e uma!); Mistreated, Deep Purple; Children of the sea, Black Sabbath; China White, Scorpions; Maybe, Janis Joplin; Soon, Yes.
Em algum dia na confusão da gaveta do tempo, caiu em minhas mãos uma fita com 4 músicas do Uriah Heep. Foi paixão ao primeiro acorde. Saí vasculhando as lojas de disco da Lapa e do Centro e montei quase toda a discografia da banda em vinil, mas aquelas 4 canções da fita eu não encontrava.
Aí apareceu o CD. As Lojas Americanas sempre tinham uma grande banca de promoção de CDs. Álbuns clássicos, que todo fanático por música precisaria recomprar em CD. Vasculhando uma dessas bancas encontrei ”Salisbury”. Uma capinha ruim, um tanque de guerra azulado... Não botei a mínima fé... Mas quando coloquei no cd player, lá estavam as 4 canções que marcaram a minha adolescência: “Bird of Prey", "The Park", "Time to Live" e "Lady in Black". Curiosamente, não estão relacionadas a nenhuma paixão.
Até hoje "Salisbury" é o único CD que tenho do Uriah Heep. - Tenho ainda todos os meus vinis, alguns cheios de pipocas, inaudíveis, mas carinhosamente guardados. (Mesmo porque, devo confessar, esses ouvidos velhinhos ainda preferem o som do vinil. O som digital me cansa, me dá dor de cabeça etc, mas o som analógico posso ouvir o dia todo).
Para terminar esta dicografia básica, uma canção e uma namorada para sempre gravadas em minha memória: “Angie”, Rolling Stones.
Será que ela ainda se lembra?
em branco
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário