Otávio Júnior, militante da leituraBruno Dorigatti (Portal Litaral) · Rio de Janeiro (RJ) · 12/2/2010
O primeiro contato de Otávio Júnior com a leitura foi muito estranho, algo mais próximo da ficção, como ele mesmo ressalta. “Achei um livro no lixo, a caminho de um campo de futebol. Eu andando no meio do lixão, que ficava próximo à minha casa, encontrei um livro, levei pra casa. Aí tudo ficou nublado, o tempo fechou, e ia armar uma chuva muito grande. E eu li, li, li, e depois voltou tudo ao normal, o sol saiu de novo”, conta. Segundo ele, foi ali, ao ler Don Ratton, uma obra infanto-juvenil,que colocou na cabeça o desejo de ser escritor, aos 8, 9 anos de idade.
Morador da Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, mais conhecida como a comunidade do jogador de futebol Adriano, Otávio Júnior é aquele caso tipicamente improvável de quem não dá bola para as adversidades e corre atrás do que acredita. Em 1998, montou o projeto Teatro na Escola, com a peça O livro encantado, escrita por ele, e onde fez também o cenário com material reciclado, papelão e isopor que encontrava no lixo. Ia então às escolas para apresentar a peça, que falava da importância da leitura na vida das crianças. Esse foi o início. Hoje Otávio mantém o projeto "Ler é 10, leia favela", que, em três anos e meio, atendeu 6.500 crianças de comunidades como a sua, onde o livro praticamente inexiste.
Leia a matéria completa em:
http://portalliteral.terra.com.br/imprime_artigo/otavio-junior-militante-da-leituraMorador da Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, mais conhecida como a comunidade do jogador de futebol Adriano, Otávio Júnior é aquele caso tipicamente improvável de quem não dá bola para as adversidades e corre atrás do que acredita. Em 1998, montou o projeto Teatro na Escola, com a peça O livro encantado, escrita por ele, e onde fez também o cenário com material reciclado, papelão e isopor que encontrava no lixo. Ia então às escolas para apresentar a peça, que falava da importância da leitura na vida das crianças. Esse foi o início. Hoje Otávio mantém o projeto "Ler é 10, leia favela", que, em três anos e meio, atendeu 6.500 crianças de comunidades como a sua, onde o livro praticamente inexiste.
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A Primeira Vez
André Dia(s/z)?
Lembro de ti
Como se fosse ontem,
Percorri tuas linhas
feitas de um mundo novo
Condensado no meio de tua capa dura
Que, a cada vez que abria,
Em êxtase, me deparava
Com tantas letras, vírgulas
E vida vibrante.
Em estado de priapismo lírico
Agarrava a caneta trêmula
E a metia a escrever coisas,
Pois senti
Que dentro de minha alma inquieta
Havia também várias letras
Prontas a serem ejaculadas,
E que, um dia, quem sabe,
Formariam, ao contato
Do velho caderno-útero,
O feto tresloucado,
Que desavergonhadamente,
Eu chamaria de poesia!
Inspiração
Marcelo Tadeu
Me acomodei num canto
Fiquei em silêncio
O dia estava estranho
Havia algo em mim
Que eu não sabia explicar.
Não queria conversa
Apenas queria ficar quieto,
Peguei um livro e comecei a ler,
E uma inspiração
Que só poderia vir do céu
Tomou conta de mim,
Peguei papel e caneta
E escrevi meu primeiro poema
O Guardador de Livro
Paulo D'Auria
Feito um guardador de rebanhos
o guardador de livros nunca os leu,
mas é como se os tivesse lido:
O guarda noturno da Biblioteca Municipal é analfabeto
E entende os livros no escuro.
Todos os dias ele vem no contrafluxo do rush
de seu barraco no morro
para o centro da cidade.
Os últimos leitores saindo,
os bibliotecários dando boas-noites,
as luzes se apagando.
Assiste a novela no celular com tv digital
e, ao final, começa a ronda.
De lanterna na mão, folheia os livros.
Começou adivinhando histórias pelas figuras,
hoje, entende tudo:
Abre os livros maiores e de letras menores,
elas se movem nas páginas,
acaricia-lhes com as pontas dos dedos.
Fecha os olhos,
apaga a lanterna
e ouve.
É na escuridão que Deus fala com ele.
3 comentários:
E fez-se a luz!
Massa Tietada!
Muito bom,´vocês são nota dez.
foda esses poemas
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