"Por que existem favelas? / Por que há ricos e pobres? / Por que uns moram na lama / e outros vivem como nobres? / Só te pergunto essas coisas / pra ver se você descobre"
Trecho de "Quem matou Aparecida" de Ferreira Gullar
A poesia social de 2 Poetas do Tietê
Zé
Paulo D’Auria
é possível tirar alegria do homem que dorme na rua
é possível tirar poesia?
a comida acabou
a noite esfriou
a festa nunca começa
é possível cobertor tão grande para toda gente
é possível cobrir os pés da poesia
sem descobrir a cabeça?
e agora
a garrafa acabou
uma última gota
no meio do labirinto escuro
até as orelhas me cubro
escorro no salão de espelhos escusos
a festa nunca começa
a comida esfriou
a garrafa virou
zé
a poesia acabou
Quase chão
André Dia(s/z)?
Lá está
ele,
caído no meio-fio,
quase concreto,
quase chão.
Preta é sua cor
de sujeira
por cima
da cor negra
de luta.
Vida dura,
de miséria
de pele escura,
diferente
da vida bem nascida
que anda
de cabeça erguida
passando por cima
dele,
quase chão.
em branco
Um comentário:
rapaz, me identifiquei com esse tema.
gostei dos poemas!
tropeços tropicais sociais...
abraço tietada!
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