em branco

coração de garrafa pet


Imagem: um castelo de lixo
(curiosidadesnanet.wordpress.com)


Tá certo, eu não arquiteto
cidades, eu não desenho
automóveis, eu não piloto
foguetes.

Sou um poeta só,
mas não precisa rir assim do meu amor.
Se até uma garrafa pet você recicla,
e faz casinha para o seu pet que você beija – de língua!

Tá certo, eu nem sou cachorro não,
nem lixo nem aquilo.
Poeta que só lhe sonharia um reino,
que faria de meus braços carruagem
que lhe viajaria à lua nova.

Mas não precisa ir assim de mim,
reciclo meu coração de vidro barato
e faço falsos diamantes para teus dedos,
casinha para teus deslumbres.

Para minha rainha
fecho sábado de carnaval a avenida,
e brincamos doces polcas, falsas valsas,
até o nunca mais desfalecer.

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